LIÇÃO 10
- A CEIA DO SENHOR - A SEGUNDA ORDENANÇA DA IGREJA
Texto Áureo: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e
beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1 Co 11.26)
Leitura Bíblica em Classe: 1 Coríntios 11.17-34
Introdução: A Ceia
do Senhor, também conhecida como Santa Ceia, é a segunda ordenança da Igreja
instituída pelo Senhor na noite em que foi traído. Ela tem como significado,
ser um memorial da morte sacrifical de Jesus, onde o pão simboliza o seu corpo
e o vinho simboliza o seu sangue derramado pelos nossos pecados. O pão
simbolizando o corpo foi partido por nossos pecados e o vinho que simboliza o
seu sangue que foi derramado para a expiação dos nossos pecados. O ato de comer
o pão e beber do cálice deve ser feito continuamente na igreja até que Ele
venha na parousia. Quando participamos desse momento especial que envolve o
rito da Ceia estamos anunciando a morte do Senhor, estamos nos conscientizando e
lembrando o sofrimento de Cristo ao nosso favor e seu eminente retorno, quando
seremos transladados para irmos ao seu encontro.
1. A CEIA DO SENHOR EXIGE ORGANIZAÇÃO
1 Coríntios 11.17 Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos
louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior. 1 Coríntios
11.18 Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há
entre vós dissensões; e em parte o creio. 1 Coríntios 11.19 E até importa
que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre
vós. 1 Coríntios 11.20 De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é
para comer a ceia do Senhor. 1 Coríntios 11.21 Porque, comendo, cada um
toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro
embriaga-se. 1 Coríntios 11.22 Não tendes porventura casas para comer e
para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que
vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.
A exortação do apóstolo Paulo aos cristãos em coríntios foi de
um caráter enérgico, dado as condições de desordem no chamado banquete de amor
que precedia a ceia. O cenário dos participantes era de tumulto e ostentação e
rivalidades entre os irmãos reunidos. Nesse banquete que precedia a ceia, cada
um trazia o seu próprio alimento que era juntado aos dos demais e por todos
compartilhados, isso em outras igrejas. Porém, em Corinto, cada família ou
grupo ficava com o seu e, dessa forma, era feita distinção entre os ricos e os
pobres. Isso era muito constrangedor e humilhante para com os menos favorecidos
e causava mágoas e tristezas nesses irmãos, atitude essa, que prejudicava o
ambiente da ceia do Senhor, o qual deveria haver toda uma reverência. Na
realidade este banquete pré-ceia, não era de agrado do Senhor e não deveria
mais ser promovido, visto que só gerava confusão. Por isso o Senhor diz para que
o fizessem em suas casas e não na igreja, pois a igreja, principalmente no dia
da ceia, é um lugar de comunhão espiritual totalmente voltada para essa
ordenança do Senhor. Se estivessem participando desta pré-ceia de uma forma
organizada, certamente não sofreriam essa repreensão do Senhor, mas as suas
atitudes não estavam seguindo o verdadeiro propósito da Ceia.
2. A CEIA DO SENHOR EXIGE DISCERNIMENTO
1 Coríntios 11.23 Porque eu recebi do Senhor o que também
vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 1
Coríntios 11.24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei;
isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 1
Coríntios 11.25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice,
dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as
vezes que beberdes, em memória de mim. 1 Coríntios 11.26
Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice
anunciais a morte do Senhor, até que venha. 1 Coríntios 11.27 Portanto,
qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor.
Nunca participe da Ceia do Senhor sem estar preparado para tal.
Observa-se que o apóstolo recebeu as palavras da instituição da ceia por meio
de uma revelação direta. A bíblia diz que o apóstolo Paulo antes de assumir o
seu apostolado permaneceu no deserto da Arábia por cerca de três anos sendo
preparado, o mesmo tempo que os demais apóstolos também permaneceram com Cristo
durante o seu ministério. Essa sua permanência no deserto da Judeia envolveu um
retiro espiritual e aprendizado após a sua conversão. A ceia tem por finalidade
não somente comemorar o ato vitorioso de Cristo no Calvário, mas, também
ajudar-nos espiritualmente a incorporar em nós a própria vida e a morte do
Senhor, de maneira que possamos realmente ter sido crucificados com Ele. Apesar
de estarmos vivos, isso realmente aconteceu conosco no âmbito espiritual, para
conhecermos o poder da sua ressurreição, e a participação dos seus sofrimentos,
tornando-nos semelhante a Ele na sua morte. Não podemos nos
contentar a ter um conhecimento superficial de Cristo e sim desejar conhecê-lo
de uma forma profunda e pessoal, compreendendo sua natureza, seus ensinamentos
e seu caráter. A ressurreição de Cristo garante a vitória sobre a morte e o
pecado, e devemos desejar experimentar essa vitória em nossa vida diária. Nós
cremos que o pão e o vinho simplesmente simbolizam o corpo e o sangue do Senhor
e não aceitamos nenhum outro pensamento, além disso; a participação na Ceia é
uma parte importante da nossa adoração ao Senhor e a presença de Cristo,
nos fortalece espiritualmente, daí, a necessidade de levarmos isso mensalmente
a sério.
3. A CEIA DO SENHOR EXIGE CONSCIENTIZAÇÃO
1 Coríntios 11.28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim
coma deste pão e beba deste cálice. 1 Coríntios 11.29 Porque o que come e
bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o
corpo do Senhor. 1 Coríntios 11.30 Por causa disto há entre vós muitos
fracos e doentes, e muitos que dormem. 1 Coríntios 11.31 Porque, se nós
nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. 1 Coríntios 11.32 Mas,
quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo. 1 Coríntios 11.33 Portanto, meus
irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. 1 Coríntios
11.34 Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis
para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for.
Haverá o juízo divino para quem participar da ceia indignamente, pois
cada um é responsável pelos seus atos. O comportamento do participante da ceia
deve estar cônscio da sua condição espiritual, fazendo um exame introspectivo para saber se é digno de comer do pão e beber do
cálice. Se não discernimos o corpo de Cristo, a unidade da igreja fica
perturbada e obscura, pois se há dissensão tornamo-nos passíveis de condenação.
Se nos julgarmos a nós mesmos e nos colocarmos na posição ordenada pelo Senhor,
estaremos livres do julgamento e do castigo divino. A participação na ceia
feita como se fosse algo comum e sem pensar no seu significado, como também em
pecado, se fazem culpados do corpo do sangue do Senhor. Não é admissível tratar
de forma irreverente os símbolos do sacrifício de Cristo que é o seu corpo e o
seu sangue que foi derramado ao nosso favor é algo de extrema gravidade.
Ninguém pode participar da Ceia sem reconhecer e aceitar o sacrifício de Cristo
na cruz. Tampouco querer participar com a vida errada forçando uma situação sem
arrependimento. Participar indignamente é não honrar o corpo de Cristo,
sacrificado pelos nossos pecados. Participar como se fosse uma refeição comum é
ignorar a santidade exigida para esse ritual santo. Assim fazendo estavam
comendo e bebendo para sua própria condenação que é algo gravíssimo. Embora
sendo algo grave não envolvesse a condenação eterna desde que houvesse
arrependimento, mas isso não os livrava de ficar fracos e doentes, como também
a morte. Essa repreensão exalta a seriedade que envolve o culto de Ceia, pois
não é algo inexpressivo, mas sim um rito ordenado por Cristo, para estar
participando em memória dEle. O único meio de escapar desses juízos é antes de
tomarem a Ceia, se consertarem com um quebrantamento sincero seguido de
arrependimento para não serem julgados pelo Senhor.
Pastor Adilson Guilhermel
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