LIÇÃO 06 - A CONSCIÊCIA - O TRIBUNAL INTERIOR

LIÇÃO 06 - A CONSCIÊNCIA - O TRIBUNAL INTERIOR

Texto Áureo: “E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.” (At 24.16).

Leitura Bíblica em Classe: Romanos 2.12-16.

 

Introdução: Juízo Final, Obras e Graus de Castigo.

 

O Juízo Final (Grande Trono Branco) será para os não salvos e que o julgamento será segundo as suas obras. Embora as obras não salvem, elas determinam o grau de castigo (Apocalipse 20:12: “e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”). O castigo no inferno é eterno, mas a intensidade ou grau desse castigo será proporcional à quantidade de luz/revelação e oportunidade que a pessoa rejeitou. Deus é perfeitamente justo e levará em conta as obras e o conhecimento de cada um. Jesus também afirmou que haverá graus de castigo. Ele disse que, no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para as cidades que rejeitaram o evangelho após presenciarem milagres. A razão é que Sodoma e Gomorra não tiveram a oportunidade de ouvir e rejeitar a mensagem de Cristo, enquanto aquelas cidades viram os sinais de Jesus e, mesmo assim, não se arrependeram.

A igreja não participará do juízo final, pois os salvos já terão sido julgados antes, no arrebatamento. Somente será arrebatado quem se manteve fiel ao processo de salvação. Assim, o juízo final será destinado a todos os pecadores, sem distinção, e cada um será julgado segundo as suas obras.

 

1. RESPONSABILIDADE DA IGREJA DIANTE DA LEI DO ESPÍRITO.

Romanos 2.12 — Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados.

Romanos 2.12 ensina que Deus julgará cada pessoa de acordo com a luz e o conhecimento que ela possui. Os gentios, que não tinham a Lei escrita (como os judeus tinham), não serão julgados por aquilo que não conheciam, mas pelo modo como viveram segundo sua consciência. Os judeus, que conheciam a Lei de Deus, serão julgados por terem pecado contra aquilo que sabiam. Deus não condena alguém por ignorância, mas por escolher agir contra o que sabia ser certo. Cada pessoa será julgada conforme a responsabilidade do conhecimento que recebeu.

Embora a igreja não esteja debaixo da Lei de Moisés, ela está sob a lei de Deus escrita nos nossos corações — os princípios espirituais do Evangelho. Se desobedecermos a essas leis espirituais, estaremos incorrendo no mesmo erro de grande parte de Israel, que conhecia a vontade de Deus, mas não a praticou, e por isso foi condenada. Da mesma forma, a igreja que conhece a verdade, mas não a vive, enfrentará as consequências da desobediência.

Quanto mais alguém conhece a Palavra, maior sua responsabilidade diante de Deus. Não basta conhecer a Bíblia; é preciso obedecê-la.

Não somos julgados pela quantidade de versículos que sabemos, mas por quanto vivemos daquilo que sabemos.

Deus não mede as pessoas pelo mesmo padrão externo (tradição, cultura, lei religiosa).

Ele avalia o coração, a consciência e as escolhas de cada um. Para Deus, não há favoritismo nem privilégios espirituais. Judeus tinham a Lei; gentios tinham a consciência. Hoje, muitos têm a Bíblia, igreja, cursos, ministérios, mas isso não substitui obediência. Ser membro da igreja não significa conhecer a Deus; obedecer a Cristo, sim. Se Deus julga as pessoas de acordo com a luz que têm, então: Não cabe à igreja agir com superioridade espiritual ou julgamento. Devemos anunciar o evangelho com graça e compaixão. Quem recebe mais luz deve refletir mais luz. Se a Palavra não transforma atitudes, ela se torna apenas teoria. Deus não exige perfeição, mas sinceridade e prática. Deus espera que vivamos o que sabemos, e que tratemos os outros com a mesma graça que recebemos.

2. O CONHECIMENTO SEM APLICAÇÃO É INÚTIL PARA A SALVAÇÃO.

Romanos 2.13 — Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.

Paulo afirma que não é suficiente apenas ouvir a lei ou conhecer a vontade de Deus. Os judeus que frequentavam a sinagoga e escutavam a leitura da lei acreditavam que isso os tornava justos, mas Paulo corrige esse pensamento: Deus aprova não quem apenas ouve, mas quem obedece.

Ouvir Não é o Suficiente:  aqui se enfatiza que a mera posse ou audição da Lei (o que era o privilégio do judeu na sinagoga) não garante a justiça. A justiça requer prática e obediência. O conhecimento sem aplicação é inútil para a salvação. O versículo afirma que “aqueles que praticam a lei hão de ser justificados”. Isso estabelece o padrão divino de justiça: a obediência completa. A Lei, portanto, não serve para justificar, mas para condenar e mostrar a necessidade de um Salvador. No entanto, a obediência que Deus requer é perfeita, algo que nenhum ser humano consegue cumprir plenamente, seja judeu ou gentio. Isso revela que nossa justiça não está em nossa própria obediência, mas deve ser buscada em Cristo, o único que obedeceu perfeitamente. Paulo fecha todas as portas de autossuficiência humana para mostrar que só existe uma porta para a salvação: Jesus Cristo.

3. O JUÍZO JUSTO IMPLICARÁ NA PRATICA DA LEI E A LEI DA CONSCIÊNCIA.

Romanos 2.14 — Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei,

Paulo não afirma que as pessoas não possam fazer coisas boas; o ponto é que ninguém possui bondade perfeita, como a de Deus. Podemos agir de forma correta segundo os padrões da sociedade, mas isso não define justiça diante de Deus. O padrão de Deus é a perfeição de Sua própria natureza, e não o comportamento comum das pessoas ao nosso redor. Por isso, comparar-se com outros não tem valor algum. No final, não seremos avaliados pelo que os outros fizeram, e sim pelo que Deus exige de nós e pelo que fizemos com a vida que Ele nos deu.

A "Lei" no Coração (Consciência): É correto afirmar que, para os gentios, a sensibilidade moral e a capacidade de distinguir o certo do errado funcionam como um tipo de lei interna. Paulo diz que eles "mostram a obra da lei escrita em seus corações" (Rm 2:15). Isso se liga ao argumento anterior de Paulo em Romanos 1, onde ele afirma que o conhecimento geral de Deus (Sua natureza, poder e divindade) é visível na criação, tornando os gentios "inescusáveis" (Rm 1:19-20). A consciência é o lado subjetivo e moral desse conhecimento. A consciência moral será o padrão de julgamento para o gentio. Eles serão julgados não pela Lei Mosaica (que não tinham), mas pelo padrão que tinham e transgrediram (sua própria consciência, que ora os acusa, ora os defende, Rm 2:15).

O Judeu é julgado pela Lei Escrita (que ele conhece, mas não cumpre perfeitamente).

O Gentio é julgado pela Lei da Consciência (o senso inato de moralidade que ele possui, mas também viola).

4. A LEI DA PRÁTICA E DA CONSCIÊNCIA COMO PADRÃO DIVINO.

Romanos 2.15 — os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os,

A capacidade de distinguir o certo do errado é comum a "Todas as culturas e nações." Isso confirma o conceito de que o caráter moral de Deus está implantado na humanidade (a imagem de Deus). A frase "sensibilidade moral que equivale ao que a lei de Deus exige" é a chave para entender o versículo. A função da Lei (revelar o pecado) é replicada pelo monitor interno (a consciência) no gentio. A consciência é como um "monitor interno que nos informa quando cometemos um erro." Paulo complementa isso dizendo que a consciência e os pensamentos internos atuam "ora acusando-os, ora defendendo-os"

Em última análise, seja pela Lei Escrita ou pela Lei da Consciência, todos são encontrados em falta e, portanto, necessitam da intervenção divina para a justificação.

5. O PADRÃO DA PERFEIÇÃO NO JUÍZO FINAL SERÁ POR MEIO DE CRISTO.

Romanos 2.16 — no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

O argumento de Paulo é que, no Dia do Juízo (mencionado no versículo 16), o gentio não poderá alegar ignorância. O padrão de julgamento será aquele que ele já possuía: a sua própria consciência. A profundidade do julgamento de Deus: Ele julga os "segredos dos homens". Isso elimina qualquer possibilidade de hipocrisia, autojustificação ou camuflagem. O padrão de Deus não é a ação exterior, mas o motivo do coração. "Nada terá que ser explicado a Deus" sublinha a perfeição e a imparcialidade do Juiz. O julgamento será baseado em Seu perfeito conhecimento de cada ação e de cada motivo. O Evangelho ("segundo o meu evangelho") está intrinsecamente ligado ao Juízo, pois ele será conduzido "por Jesus Cristo". Isso adiciona uma camada de seriedade e autoridade à mensagem de Paulo.

Ao estabelecer que o julgamento é inevitável e perfeito, Paulo prepara o terreno para a salvação. O fato de o julgamento ser conduzido por Jesus Cristo muda completamente a perspectiva para o crente: Para os incrédulos, é o dia da exposição e do castigo.

Para aqueles "que creem em Cristo para serem justificados", o medo do juízo é removido pela segurança da justificação, culminando na gloriosa verdade: "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8:1).

Pastor Adilson Guilhermel

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