LIÇÃO 10 - A PROMESSA DO ESPÍRITO
TEXTO ÁUREO: “ E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (Jo 20.22)
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 14.16-18,26; 16.7,8,13 ; 20.21,22
Introdução: Cumprimento da Profecia do Antigo Testamento, a qual foi revelada particularmente por meio de profetas como Joel e Ezequiel, que falaram de um futuro derramamento do Espírito de Deus sobre todas as pessoas. Os cristãos acreditam que essa promessa foi cumprida com a vinda de Jesus Cristo e o subsequente envio do Espírito Santo.
A promessa de Jesus a seus discípulos foi antes de Sua ascensão, Jesus quando disse repetidamente a Seus discípulos que enviaria o "Consolador", o "Advogado" ou o "Espírito da Verdade" para eles. Essa promessa está registrada nos Evangelhos, especialmente em João capítulos 14-16.
O Dia de Pentecostes é relatado no livro de Atos, capítulo 2, onde descreve o cumprimento dramático dessa promessa nesse dia, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos e outros crentes em Jerusalém. Este evento é frequentemente considerado o nascimento da igreja cristã.
O Espírito Santo foi prometido para capacitar os crentes a serem testemunhas de Cristo até os confins da terra (Atos 1:8). Ele fornece os dons espirituais, orientação e força necessários para viver uma vida cristã e cumprir a missão de Deus.
Além do poder para o serviço, a promessa do Espírito também significa que o Espírito Santo habita nos crentes, trazendo transformação espiritual, convicção do pecado, certeza da salvação e crescimento na semelhança de Cristo.
A presença contínua de Deus com Seu povo permaneceu mesmo depois que Jesus ascendeu ao céu, Deus não abandonou Seus seguidores, mas enviou Seu Espírito para estar com eles.
A disponibilidade do poder divino foi dada aos crentes os quais não foram deixados a confiar em sua própria força, mas podem recorrer ao poder do Espírito Santo para todos os aspectos da vida e do ministério.
A obra contínua de Deus no mundo é por meio do Espírito Santo que continua a trabalhar nos crentes e por meio deles para realizar os propósitos de Deus na terra.
"A Promessa do Espírito" fala do dom divino do Espírito Santo, que é crucial para a vida cristã, missão e compreensão do relacionamento contínuo de Deus com a humanidade.
1. A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO E A PRESENÇA CONTÍNUA DE JESUS
João 14.16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, João 14.17 - 0 Espírito da verdade, que 0 mundo não pode receber, porque não 0 vê, nem 0 conhece; mas vós 0 conheceis, porque habita convosco e estará em vós. João 14.18 - Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. João 14.26 - Mas aquele Consolador, 0 Espírito Santo, que 0 Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
A segunda metade do capítulo 14 do Evangelho de João (versículos 15–31) é uma parte profundamente teológica e pastoral, na qual Jesus consola os seus discípulos antes da crucificação e promete que, embora vá partir fisicamente, não os deixará órfãos. Aqui estão alguns dos principais pontos dessa seção:
Promessa do Espírito Santo (Consolador):
Jesus promete enviar "outro Consolador" (ou "Ajudador", do grego Parákletos), o Espírito Santo, que habitará com e dentro dos discípulos. Isso marca uma mudança significativa: a presença de Deus não mais apenas entre eles, mas dentro deles.
Jesus diz que Ele e o Pai virão fazer morada naqueles que o amam e guardam seus mandamentos (João 14:23). Essa é uma revelação extraordinária da comunhão íntima entre Deus e o crente.
Jesus oferece uma paz diferente da que o mundo dá (João 14:27). Não é ausência de problemas, mas a presença de Deus em meio aos problemas.
O amor a Cristo se manifesta na obediência aos seus mandamentos (João 14:15, 21, 23). A obediência é uma resposta amorosa à sua graça.
Jesus antecipa sua morte e ressurreição, dizendo que o "príncipe deste mundo" (Satanás) nada tem nele. Isso mostra a soberania de Cristo mesmo diante da cruz.
Esse ensino é essencial para compreender o discipulado cristão: seguir Jesus não é apenas aderir a um conjunto de ensinamentos, mas viver uma relação viva e dinâmica com Ele, através do Espírito Santo.
Mesmo quando nos sentimos sós, o Espírito está presente. Ele é fiel, constante e pessoal. A intimidade com Deus é privilégio dos que crêem em Cristo. Temos discernimento e comunhão com a verdade que o mundo rejeita. Nunca estamos desamparados. Em Cristo, temos sempre um Pai, um Irmão e um Consolador.
2. A PARTIDA DE CRISTO É PROVISÃO NECESSÁRIA, NÃO ABANDONO.
João 16.7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, 0 Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. João 16.8 - E, quando ele vier, convencerá 0 mundo do pecado, e da justiça, e do juízo. João 16.13 - Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo 0 que tiver ouvido e vos anunciará 0 que há de vir.
A partida física de Jesus para que o Espírito Santo pudesse ser enviado aos discípulos e à Igreja. Ele enfatiza que, embora a presença física de Jesus fosse amada, era necessário que os discípulos se "desacostumassem" dela para estarem prontos para a nova dispensação espiritual.
Aqui estão os pontos-chave do texto:
A Necessidade da Partida Física de Jesus
O texto explica que a partida física de Jesus foi um passo crucial para o desenvolvimento espiritual dos discípulos. Eles precisavam se adaptar à ausência de sua presença física, à qual estavam muito apegados, para poderem receber os auxílios e os consolos espirituais de uma nova era.
A Promessa do Consolador
Jesus assegurou aos discípulos que sua partida não significaria uma perda, mas sim uma provisão efetiva. A frase "Se eu for, enviar-vo-lo-ei" é citada para ilustrar que a partida de Jesus tinha o propósito de enviar o Consolador (o Espírito Santo). Isso mostra que Jesus glorificado continua a cuidar de sua Igreja na terra e não a deixará sem a ajuda necessária. Mesmo que uma geração de ministros e cristãos parta, outra se levantará, pois Cristo sustenta sua própria causa.
A Superioridade da Presença do Espírito
O texto argumenta que a presença do Espírito de Cristo na Igreja é muito melhor e mais desejável do que sua presença física. A conveniência de sua partida é destacada, pois isso possibilitou o envio do Consolador. A razão para essa superioridade é que, enquanto a presença física de Cristo estaria limitada a um lugar por vez, seu Espírito pode estar em toda parte, em todos os lugares e a qualquer momento, sempre que duas ou três pessoas estiverem reunidas em seu nome. A presença física atraía os olhos, mas o Espírito atrai os corações. Em suma, "a letra mata, mas o Espírito do Senhor vivifica."
Essencialmente, o texto celebra a transição da presença física de Jesus para a presença onipresente e vivificante do Espírito Santo como um avanço necessário e benéfico para a fé cristã.
3. A PRESENÇA FÍSICA DE JESUS ERA LOCALIZADA, O ESPÍRITO SANTO UNIVERSAL.
João 20.21 - Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como 0 Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
João 20.22 - E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei 0 Espírito Santo.
Quando Jesus diz novamente "Paz seja convosco!", não é apenas uma saudação, mas uma forma de acalmar os discípulos e prepará-los para a solene comissão que Ele lhes dará. A paz que Jesus oferece é fundamental para que eles consigam assimilar a grandiosidade da tarefa que está por vir. Ao afirmar "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós", Jesus estabelece uma continuidade na missão divina. Ele os envia com a mesma autoridade, propósito e poder com que o Pai o enviou. Isso significa que a missão dos discípulos, e da Igreja subsequentemente, não é uma iniciativa humana, mas uma extensão direta da missão de Deus.
O Dom do Espírito Santo (João 20.22)
O gesto de Jesus "assoprar sobre eles" e dizer "Recebei o Espírito Santo" é profundamente simbólico. Isso remete à criação, quando Deus soprou fôlego de vida no homem (Gênesis 2:7), e também à visão de Ezequiel dos ossos secos ganhando vida pelo sopro de Deus (Ezequiel 37). Aqui, Jesus está conferindo uma nova vida espiritual e poder aos seus discípulos.
Este momento marca a outorga do Espírito Santo, que capacitaria os discípulos a cumprir a missão que lhes foi dada. Diferente da presença física de Jesus, que era limitada a um tempo e lugar específicos, o Espírito Santo, uma vez recebido, habitaria neles e os acompanharia em todos os lugares. Essa é a chave para a universalidade da presença divina após a ascensão de Jesus: o Espírito Santo capacita a Igreja a levar a mensagem do evangelho a todas as nações, em todos os momentos, sem as barreiras físicas da presença de Jesus.
A Transição Essencial
Em resumo, esses versículos ilustram a transição vital de uma fé centrada na pessoa física de Jesus para uma fé que opera através do poder e da direção do Espírito Santo. A partida de Jesus não foi um abandono, mas um passo necessário para que o Consolador fosse enviado, garantindo que a presença e o poder de Deus estivessem universalmente acessíveis a todos os crentes e capacitando-os para a missão global.
Pastor Adilson Guilhermel