LIÇÃO 05 - UMA IGREJA CHEIA DE AMOR

 Lição 05 - UMA IGREJA CHEIA DE AMOR

Texto Áureo: Atos 4.32  E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.

Leitura Bíblica em Classe: Atos 4.32-37

IntroduçãoO evangelho não é apenas espiritual: ele também toca a realidade social e econômica da comunidade. O discipulado exige investimento de tempo e recursos, e a igreja precisa estar disposta a sustentar a missão, não apenas com orações, mas com ações concretas. Contribuir para a formação de novos discípulos é parte da grande comissão. Atos 4 mostra uma igreja corajosa, orante, ousada e generosa. Enquanto enfrentava perseguições externas, fortalecia os de dentro com discipulado e supria as necessidades com amor e unidade. Essa é a igreja que agrada a Deus: cheia do Espírito, comprometida com a Palavra, e disposta a servir com tudo o que tem. 

 

1. A COMUNHÃO GENEROSA: CONTRIBUIÇÕES PARA O DISCIPULADO.

Atos 4.³² E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. Atos 4.³³ E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.

Com milhares de novos convertidos vindos de diversas regiões — como registrado em Atos 2 e novamente em Atos 3 e 4 — surgiu uma necessidade prática: como discipular tantas pessoas, vindas de fora, que agora precisavam permanecer em Jerusalém por mais tempo?

Muitos desses novos cristãos não moravam em Jerusalém e não tinham como se sustentar por longos períodos. O discipulado exigia ensino contínuo dos apóstolos, e isso tomava tempo. Era necessário prover alimento, abrigo e apoio enquanto esses novos irmãos eram fortalecidos na fé. Ninguém era obrigado, mas os que tinham posses venderam bens e propriedades voluntariamente.  “Com grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.” (Atos 4:33)

 

2. A GENEROSIDADE E A INTERDEPENDÊNCIA NA IGREJA PRIMITIVA.

Atos 4.³⁴ Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. Atos 4.³⁵ E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.

"Havia uma dependência mútua entre os irmãos, o que era salutar, pois reforçava os laços de comunhão entre eles, tornando a igreja mais fortalecida." No Reino de Deus, independência absoluta não é virtude — somos chamados a viver como corpo, onde cada membro precisa do outro (1 Coríntios 12:12–27). A mutualidade no cuidado (doar e receber) cria vínculos profundos de amor, humildade e confiança. A igreja se torna mais resiliente diante das crises quando há relacionamentos fortes baseados em generosidade e serviço mútuo. A receita era depositada aos pés dos apóstolos, não como um sistema religioso, mas como um ato de confiança e unidade no corpo de Cristo. O objetivo era atender à necessidade prática dos discípulos e garantir a continuidade do crescimento espiritual. “Pois nenhum necessitado havia entre eles...”

Esse trecho descreve um momento marcante da igreja primitiva em Jerusalém, onde a generosidade e a comunhão entre os crentes eram tão intensas que supriam plenamente as necessidades uns dos outros. As ofertas resultantes da venda de bens — como terras e casas — demonstravam um profundo senso de solidariedade e cuidado comunitário.

Contudo, o texto também aponta que essa fase de abundância não perdurou. A referência à profecia de Ágabo em Atos 11:28, que predisse uma grande fome, marca o início de um período de escassez. Essa crise acabou invertendo a situação: a igreja de Jerusalém, antes tão generosa, tornou-se dependente da ajuda das igrejas gentílicas da Ásia Menor e de outras regiões.

3. BARNABÉ, EXEMPLO DE GENEROSIDADE LIDERANÇA E ENCORAJAMENTO.

Atos 4.³⁶ Então José, chamado pelos apóstolos Barnabé (que, traduzido, é filho da consolação), levita, natural de Chipre, Atos 4.³⁷ Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos.

Barnabé é citado como exemplo de alguém que vendeu uma propriedade e trouxe o valor para a obra. Seu gesto não apenas supriu necessidades, mas também inspirou outros a fazer o mesmo. Barnabé é o primeiro personagem nomeado a exemplificar a generosidade prática na igreja primitiva.

Como levita, ele não deveria possuir terras em Israel (Nm 18:20–24), mas como era de Chipre, uma região fora de Israel, essa proibição não se aplicava diretamente a ele. Seu ato de vender o campo e doar o valor integral aos apóstolos revela: Desapego material e confiança nos líderes espirituais, como também um desejo sincero de ajudar os necessitados. Era respeitado pelos apóstolos (eles lhe dão um apelido significativo, como filho da consolação). Foi mentor de Paulo quando ninguém acreditava na conversão dele (Atos 9:26–27). Foi companheiro de missão na primeira viagem missionária (Atos 13). Mostrou paciência e graça ao dar uma segunda chance a João Marcos (Atos 15:37–39). Barnabé encarna a espiritualidade generosa e encorajadora que fortalece e multiplica a igreja. A igreja se fortalece quando os crentes vivem como família espiritual, sustentando uns aos outros com generosidade e graça. O exemplo de Barnabé, somado à disposição da igreja de Antioquia em ajudar Jerusalém, mostra que Deus opera por meio de um corpo unido, sensível às necessidades e pronto para agir.

"Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo." (Gálatas 6:2).

 

Pastor Adilson Guilhermel

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