LIÇÃO 03: JESUS, O DISCÍPULO E A LEI
Texto Áureo: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.” (Mt 5.20)
Leitura Bíblica em Classe: Mateus 5.17-20
Introdução: Fariseus e Escribas eram associados, tinha fariseu que era escriba e tinha escriba que era fariseu. Escriba era copista da lei, escreviam a lei nos pergaminhos, tanto para serem lidos nas sinagogas, como também vendiam partes das escrituras para os que iam às festas em Jerusalém. Escriba era associado a profissão e fariseu era associado a filiação religiosa. Tinham grande preocupação com o que Jesus estava ensinando e procuravam ir aos locais onde Ele estava, para analisarem os seus ensinos e ver se estava de acordo com a lei. Viram Jesus operando milagres e alguns em pleno sábado, mas algo que os deixou furiosos, foi o fato de Jesus perdoar pecados. Isso para eles era inadmissível, pois diziam que só Deus pode perdoar pecados. O farisaísmo foi censurado por Jesus, por ostentarem uma conduta hipócrita e carregada de orgulho, com os seus exibicionismo e falsa santidade. Com a sua doutrina baseada em tradições, distanciadas da lei mosaica, jogavam sobre o povo uma carga de religiosidade, impossíveis de serem cumpridas, até mesmo por eles próprios. Focavam equivocadamente que a justificação vinha através de obras, sendo essa conduta que exigia dos adeptos ao judaísmo, tanto judeus, como gentios que se converteram à religião judaica se tornavam assim, prosélitos, ou seja, gentio convertido ao judaísmo. Na realidade a religião apregoada por eles não passava de uma seita, em que eles ostentavam grande santidade exteriorizada na sua vida, porém uma santidade falsificada. Jesus os rebatia num sentido depreciativo, como hipócritas e fingidos, assim como também os ilustrou como sepulcros caiados, querendo dizer com isso, que apesar de exteriormente aparentar santidade, interiormente eram como um morto em decomposição.
1. JESUS NÃO VEIO PARA DESTRUIR NADA, A NÃO SER AS OBRAS DO DIABO.
Mateus 5.17 – Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas cumprir.
Jesus não tinha a intenção de abandonar a lei e os profetas, mas na sua missão especial a ser cumprida, revelado como o Messias, veio cumprir certos propósitos em conformidade com a lei, mas não contrário a ela. Os seus ensinos notoriamente tinham uma superioridade contra os ensinos dos fariseus e escribas, pois Ele procurava aperfeiçoar a mensagem, tanto da lei, como dos profetas, que os fariseus e escribas se recusaram a aceitar. Jesus obedeceu todos os mandamentos, sendo Ele superior a Moisés, aumentou e aperfeiçoou as doutrinas da antiga aliança enfrentando toda oposição e ameaças dos escribas e fariseus. Essa lei que serviu de aio para conduzir Israel até a cruz foi cumprida pelo Senhor sem revogá-la, pois não poderia, estando Ele ainda sob a lei. O que Jesus aperfeiçoou e não mudou, foi o sistema das leis cerimoniais e civis e isso um dia antes do seu sacrifício na cruz. Isso aconteceu quando serviu a última páscoa e estabeleceu o memorial do pão e do vinho, que é a ceia. Os sacrifícios realizados no templo eram provisórios, os quais apontavam para o sacrifício perfeito da Cruz. Assim, Jesus consumando o seu sacrifício, todo o sistema sacrificial da antiga aliança se tornou obsoleto. Cristo com o seu sacrifício perfeito consumado na cruz tornou- se o sumo sacerdote dos bens futuros. Entrou lá no céu no perfeito tabernáculo, não feito por mãos de homens entrando no lugar santo uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.
2. JESUS DISSE PARA NÃO TIRAR NADA DA PALAVRA, EM TODA TRAJETÓRIA.
Mateus 5.18 – Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.
De todos esses aperfeiçoamentos que Jesus realizou não foi tirado nem um jota ou til, pois todos estavam em concordância com o que dizia a lei e os profetas, coisas que os escribas e fariseus não entendiam e não queriam entender. Jesus doutrinou os discípulos dando a eles a missão de preservar cuidadosamente a lei, mostrando o risco que incorreriam se negligenciassem ou viessem a menosprezá-la. Jesus sem ab-rogar em nenhum ponto a lei, procurou varrer as tradições impostas pelos escribas e fariseus, no tocante às lavagens, dízimos especiais, extrema observância do sábado, e mais coisas; e fazendo isso os opositores e os incautos pensavam que Ele estava infringindo assim a lei de Deus. A palavra diz: Esse povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. A guarda do sábado que é um dos dez mandamentos continua valendo de uma forma aperfeiçoada por Cristo, pois a observância desse único dia foi ampliada para todos os dias no pós cruz, pois como templo do Espírito Santo, somos consagrados ao Senhor e estamos ao seu serviço todos os dias. Assim para a igreja, todos os dias são do Senhor e não somente o sábado, ou o domingo como alguns na sua ignorância ainda guardam.
3. JESUS ADVERTE DAS CONSEQUÊNCIAS AOS QUE ADULTERAM A PALAVRA.
Mateus 5.19 – Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprirá e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.
Jesus advertiu os seus discípulos, que não fizessem como os escribas e fariseus, os quais anulavam os mandamentos divinos impondo as suas tradições e ensinando aos homens, o que os tornariam os menores no reino de Deus. Já os que fossem fiéis em cumprir os mandamentos sem manipulá-los seriam considerados os maiores no reino de Deus. Alguns pensam que por estarmos na dispensação da graça, que Deus cobre todo o pecado que um crente venha a cometer, não se preocupando em levar uma vida de santificação. Esquecem-se que a salvação é um processo e não um ato e não existe uma vez salvo e salvo para sempre. Quem pensa dessa maneira, está muito longe do caminho que leva a salvação eterna. A palavra de Deus são verdades a serem críveis, e seus preceitos não são sugestões a se considerar, mas sim os requisitos a serem seguidos, pois a não observância desses requisitos provocará um distanciamento da presença de Deus. Aquele que ensina os outros sem temor e tremor, e os instruem a desconsiderar ou desobedecer qualquer parte da palavra de Deus, pode se tornar um homicida, pois está levando vidas a caírem no abismo da perdição, indo ele também junto. A palavra diz em Tiago que faz a seguinte advertência: Não muitos de vocês a se tornarem professores, meus irmãos, saiba que como tal, será punido com julgamento mais severo. Cada um de nós temos a responsabilidade própria, mas se nos colocarmos como ensinadores somos também responsáveis por quem nós ensinamos. Quem não tem capacidade para ensinar a palavra de Deus, o melhor que faz, é não se atrever a isso, pois corre grande perigo se ensinar errado.
4. JESUS DECLARA QUE BOAS OBRAS NÃO BASTAM PARA ENTRAR NO REINO.
Mateus 5.20 – Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.
Jesus ensinou que o tipo de justiça praticada pelos fariseus não era suficiente para a entrada no reino de Deus. A justiça exibida pelos escribas e fariseus era baseada em tradições feitas por eles mesmos, longe dos padrões das escrituras sagradas. Eles se preocupavam somente com o exterior, sem a consciência da religiosidade interior. Se ostentavam em praças públicas procurando o elogio e o aplauso de homens, sem procurar a aceitação de Deus. Eram orgulhosos do que faziam como religiosos, achando que o que faziam era justiça. Por mais que fazemos em prol do reino de Deus, precisamos sempre negarmos a nós mesmos dizendo que somos apenas servos e confiar somente na justiça de Cristo, e, é dessa forma que poderemos ir além dos escribas e fariseus. O que os escribas e fariseus não tinham era o verdadeiro espírito de santidade que deve estar incutido inteiramente em nossa personalidade, tanto por dentro como por fora. É dessa maneira que a santidade será autêntica para atingirmos a semelhança de Deus.
Comentário elaborado exclusivamente pelo texto bíblico da lição.
Pastor Adilson Guilhermel
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