Lição 10: A SUTILEZA CONTRA A PRÁTICA DA MORDOMIA CRISTÃ
Texto Áureo: “E [Abrão] deu-lhe o dízimo de tudo.” (Gn 14.20)
Leitura Bíblica em Classe: Gênesis 14.17-20
Introdução: Todo cristão é, e deve ser um mordomo de Deus, como administradores dos seus bens aqui na terra. O mordomo de Deus deve ser caracterizado como uma pessoa fiel que desempenha o que lhe é confiado de maneira tal que esteja de agrado do seu Senhor. O primeiro mordomo foi Adão, com a incumbência de cuidar do jardim e dar nomes aos animais. Porém, Adão falhou na sua administração sendo destituído do seu ofício. Noé foi um mordomo de Deus para construir uma arca segundo as medidas que o Senhor determinou e, fez tudo como lhe foi instruído. Há vários exemplos de mordomia nas escrituras do Antigo Testamento, como também em o Novo Testamento, tal como o próprio Cristo e, os apóstolos onde o que mais se destacou foi o apóstolo Paulo. Como representantes de Deus devemos refletir a sua glória neste mundo; como servos a quem Ele concedeu a gestão de bens e recursos. Dentre tantas coisas que estão no contexto de mordomia está algo que muitos embatem controvérsias, o qual é o dízimo. Quantas controvérsias, críticas destrutivas, ignorância, zombaria, chocarrices e outras coisas mais a respeito do dízimo. Um dos pontos que mais se pegam é que o dízimo foi uma obrigação do tempo da lei e que agora estamos na graça e que nesta dispensação o dízimo foi abolido e dessa forma o cristão não precisa mais dar o dízimo. Toda essa polêmica poderia ter menos repercussão na mídia, se muitos líderes evangélicos não cometessem os vários abusos e escândalos que vêm acontecendo nos dias de hoje. Em algumas igrejas se impõem o sistema legalista sobre os fiéis, o que é errado, em outras exigem um percentual acima do que ensina a palavra, e isso é exploração, outras fazem mal uso do que é arrecadado, para usar em seus próprios deleites e muito mais coisas, que se espalham rapidamente pelos vários meios de comunicação, prejudicando com isso a propagação do Evangelho e a imagem da Igreja.
Os ignorantes que se acham entendidos e colocam o dízimo só no sistema legalista (ou seja na lei de Moisés), esquecem de examinar a palavra em vários contextos, como Jesus disse: “Toda Escritura é Inspirada”., e examinando a passagem bíblica de Gênesis 14.20 em que Abraão dá o dízimo a Melquisedeque, rei de Salém, o que podemos entender sobre este episódio.
1. HÁ OS QUE VISAM BENS MATERIAIS E OS QUE VISAM BENS ESPIRITUAIS
Gênesis 14.17- E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) no vale de Savé, que é o vale do Rei.
Ló e sua família entre outros de Sodoma com todos os bens foram levados cativos pelos quatro reis amorreus. Abraão quando soube reuniu trezentos e dezoito empregados e armados foram ao encontro deles impondo derrota a esses reis com todos os seus soldados. Os despojos de guerra sempre ficam com o que vence a batalha, como foi o caso de Abraão. Nesse retorno dois reis foram ao seu encontro, ou seja, o rei Bera de Sodoma e o rei de Salém Melquisedeque. Bera ofereceu a Abraão todos os despojos de guerra em troca da libertação das pessoas que foram levadas cativas e, Melquisedeque deu-lhe pão e vinho. Fatos que precisamos compreender: Tudo que contém o A.T. e é confirmado em o N.T. deve ser praticado pela Igreja (veja Hebreus 7.1-2). Outra situação é que Abraão não viveu no tempo da lei e sim num tipo de graça não explícita, mas, que apontava para a graça revelada do Nosso Senhor Jesus Cristo. Com relação a Melquisedeque, esse personagem representa um tipo de Cristo que apontava para o antítipo que é a revelação do tipo, o qual é Cristo. Abraão que havia lutado com os seus 318 criados, contra os quatro reis amorreus, para libertar o sobrinho Ló e família e recuperar todos os seus pertences, ficou com os despojos dessa vitória e em forma de gratidão a Deus, ele deu a Melquisedeque, tipo de Cristo o dízimo de tudo o que conquistou, pois, sem a ajuda divina Abraão não conseguiria derrotar esses reis. Observem que antes de Abraão dar o dízimo a Melquisedeque, este, lhe ofereceu pão e vinho; isso tem um significado: o pão simbolizava o corpo de Cristo que seria partido por nós e o vinho simbolizava o sangue de Cristo que seria derramado para expiação dos nossos pecados, logo, entendemos que esse fato apontava para a obra redentora de Cristo e para a Sua Igreja que seria o testemunho do Deus vivo, a qual teria a responsabilidade de levar o evangelho para todos os povos da terra. Toda essa missão que envolve a igreja em fazer a obra de Deus tem muitos custos que nem preciso enumerar e pergunta-se; que tem a responsabilidade de pagar esses custos; é o pastor ou é todo o corpo de Cristo, e quais são os recursos que o Senhor estabeleceu para cobrir tudo isso; é evidente que recursos devem vir dos dízimos e ofertas, e fora disso é exploração da fé. Agora, se alguém não tem fé para dar o dízimo, por falta de orientação, avareza, ignorância e outras coisas mais é melhor não dar, pois dessa maneira Deus não vai aceitar. Também o dízimo não pode ser imposto pelo líder de uma forma obrigatória ou constrangedora, pois, aí entraria no legalismo. Também não dê o dízimo só para manter-se num cargo da igreja, ou para agradar o pastor, ou para ter o nome no rol de dizimistas, isso não lhe trará bem algum. O dízimo é um ato de fé, amor, gratidão, reconhecimento ao Senhor e deve ser praticado com espontaneidade e alegria no coração para que seja aceito e o fiel tenha todo o retorno prometido por Ele.
2. TEMOS QUE VIVER PELAS BÊNÇÃOS DO SENHOR E NÃO POR SUBORNOS.
Gênesis 14.18 - E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.
Como a ótica de Abraão era espiritual e não material, ele rejeitou a oferta de Bera e aceitou a oferta de Melquisedeque, dando-lhe os dízimos dos despojos fazendo assim uma declaração de fé preferindo a melhor parte. Os dizimistas do A.T. que cumpriam fielmente as observâncias das leis cerimoniais, trazendo os seus dízimos e ofertas ao templo nas datas estipuladas eram ricamente abençoados. Aqui exemplifico quanto aos que tinham campos de cultivo ou de rebanhos na questão da fartura que Deus dava, tais como; ordenando a chuva, impedindo as pragas nos plantios, e no caso dos rebanhos, eram saudáveis sem pestes, doenças etc., e com isso eram prósperos. Quanto aos infiéis que deixavam de cumprir a lei não trazendo seus dízimos e ofertas, ou, trazendo os dízimos corrompidos e manipulados, a situação desses era inversa; em seus campos não chovia, as pragas como gafanhotos, locustas, pulgões atacavam furiosamente, e as pestes e doenças vinham sobre o rebanho, ficando estes com um prejuízo enorme por causa da infidelidade com Deus. Só ficava um pouco pela misericórdia de Deus para não morrer de fome. Assim também é com o crente fiel e o crente infiel. O fiel tem a plenitude das bênçãos divinas e é cheio de unção e o infiel é árido e vazio no espírito. Quando Deus fala; “para que não falte alimento na minha casa” está se referindo ao templo onde todos que ali serviam eram sustentados com os recursos dos dízimos e das ofertas. Mas, espiritualizando a frase “não faltar alimento na minha casa” pergunta-se: quem é a casa de Deus hoje? Somos nós a casa de Deus e se formos fiéis seremos abastecidos abundantemente com toda provisão espiritual e isso nos motivará para que a Igreja suprida com nossos dízimos e ofertas continue a sua caminhada nesta terra até a vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo.
3. DEIXAR DE CONTRIBUIR É UMA DEMONSTRAÇÃO DE PURA INGRATIDÃO.
Gênesis 14.19- E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; Gênesis 14.20 - e bendito seja Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.
Deus na sua presciência sabia que Abraão teria esse comportamento que lhe agradaria muito, isto mostra que indo para a guerra com apenas trezentos e dezoito criados sem preparo para guerrear com soldados, obtiveram êxito, porque a mão do Senhor era com eles. Quem fecha a mão para o Senhor, não pode esperar que Ele abra a sua. Com relação às dúvidas e debates de que o dízimo não consta no N.T., já demonstrei que consta conforme ilustrei em Hebreus 7.1-2; mas, vamos dar uma ampliada nessa questão para os críticos de plantão, que certamente tentarão no transcorrer da aula colocar o professor numa situação constrangedora.
Jesus veio numa época em que os Judeus viviam sob uma repressão muito violenta do governo romano o qual também cobrava do povo com todo rigor as suas taxas e impostos. Não bastasse isso, tinha também o poder religioso com a família do sacerdote Anás, e com a liderança de Caifás, que por sua vez tinham estreitas ligações políticas e comerciais com o governo de Roma. Essa casta sacerdotal era totalmente corrupta e isso ficou demonstrado quando Jesus entra no templo e expulsa todos os que ali faziam comércio. Nesse tempo a única cobrança que vigorava era os impostos para César e as ofertas e dízimos para o templo, fora isso se surgisse alguém falando de dízimos para outra finalidade certamente seria condenado à morte. Esse foi um dos motivos pelo qual Jesus não ensinou abertamente sobre o dízimo, se o fizesse eles teriam abreviado a sua morte e a sua missão teria sido fracassada. Já com o início da Igreja os apóstolos e principalmente o apóstolo Paulo que por sinal foi o que mais sofreu perseguições, imaginem o que seria feito com ele se viesse a falar de dízimo, ou fazer recolhimento nas congregações. E é esta a razão que o dízimo não foi exposto em o N.T. de uma maneira explícita, porque foi escrito por homens inspirados pelo Espírito Santo de uma maneira sábia e prudente, que é o que falta em muitos que não entendem acerca dessa disciplina abençoadora que é o dízimo.
Elaborado pelo Pastor Adilson Guilhermel.
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