LIÇÃO 12 - DO JULGAMENTO À RESSURREIÇÃO

 LIÇÃO 12 - DO JULGAMENTO  À  RESSURREIÇÃO

Texto Áureo: “E, quando Jesus tomou 0 vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou 0 espírito.” (Jo 19.30)

Leitura Bíblica em Classe: João 19.17,18, 28-30; 20.6-10

Introdução: o sacrifício de Jesus na cruz não foi apenas um evento histórico, mas um ato de amor eterno com implicações espirituais incalculáveis. Sem a cruz, a humanidade estaria separada de Deus, sem esperança de redenção. Mas por meio de Sua morte, Jesus abriu o caminho para a reconciliação, oferecendo-nos a vida eterna como um presente gratuito — algo que jamais poderíamos conquistar por nossos próprios méritos.

Essa dádiva deveria, de fato, encher nossos corações de gratidão e alegria. Reconhecer que Ele tomou sobre Si a punição que era nossa nos leva a uma resposta de amor, reverência e compromisso. A cruz não é apenas um símbolo de sofrimento, mas de vitória, de redenção e de uma esperança viva.

1. NO SILÊNCIO DA CRUZ, O AMOR FALOU MAIS ALTO.

João 19.17 - E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para 0 lugar chamado Calvário, que em hebraico se chama Gólgota, João 19.18 - onde o crucificaram, e, com ele, outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.  

Esse trecho oferece uma descrição significativa e comovente de um dos momentos mais intensos da paixão de Cristo. Ele nos convida a contemplar, com reverência, o peso literal e simbólico da cruz que Jesus carregou — não apenas de madeira, mas carregada com os pecados da humanidade.

Apesar de Sua fraqueza física causada pelas torturas anteriores, Jesus seguiu em direção ao Calvário — local cujo nome, tanto em hebraico (Gólgota) quanto em latim (Calvário), nos remete à morte, ao sacrifício e à dor. A participação de Simão de Cirene, obrigado a carregar a cruz, também nos lembra que seguir a Cristo pode, muitas vezes, significar tomar a nossa própria cruz e segui-Lo, mesmo quando isso nos é imposto de forma inesperada.

A cegueira espiritual de todos os envolvidos — desde Pilatos, que preferiu a conveniência política à justiça, até o povo, facilmente manipulado, e os líderes religiosos, dominados pelo orgulho e medo de perder sua influência.

Pilatos representa aqueles que conhecem a verdade, mas escolhem ignorá-la por medo de perder poder ou prestígio. O povo simboliza a volatilidade da opinião pública, que pode aclamar um rei num dia e gritar "Crucifica-o!" no outro. Já os líderes religiosos ilustram como a religiosidade vazia pode cegar ao ponto de rejeitar o próprio Deus em nome de uma tradição que deveria apontar para Ele.

O contraste entre a injustiça dos homens e o silêncio obediente de Jesus é chocante — mas também revela Sua missão redentora. Ele não foi à cruz por acaso ou por erro humano, mas por amor, aceitando voluntariamente a rejeição para nos reconciliar com o Pai.

Apesar da dor, humilhação pública e zombarias, Jesus manteve Sua compaixão e dignidade. Sua preocupação com Maria, confiando-a a João, mostra que o amor de Cristo não foi ofuscado pela dor, nem mesmo naquele momento. Isso revela o coração de um Salvador que, mesmo morrendo, cuida, ama e se doa por completo.

A frase final é particularmente poderosa: "Os judeus e os romanos não estavam tirando a vida de Jesus: Ele a estava entregando voluntariamente." Isso ecoa Suas próprias palavras em João 10:18:

“Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade.”

Mesmo na morte, Jesus oferece perdão e salvação. Os dois criminosos ao Seu lado representam dois caminhos possíveis diante da cruz: rejeitar ou crer.

O primeiro homem insultou Jesus, demonstrando dureza de coração, mesmo à beira da eternidade. O segundo, reconhecendo sua própria culpa e a inocência de Cristo, pediu humildemente por misericórdia — e recebeu a promessa imediata:

“Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43).

Essa resposta de Jesus revela a graça surpreendente e a salvação imediata disponível àqueles que se voltam para Ele com fé sincera, mesmo nos últimos momentos de vida. Também cumpre a profecia de Isaías 53.12, que diz que o Messias seria contado entre os transgressores e intercederia pelos pecadores.

 

2. A CRUZ NÃO FOI O FIM, FOI O COMEÇO DA SALVAÇÃO

João 19.28 - Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. João 19.29 - Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre.  E encheram de vinagre uma esponja e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. João 19.30 - E, quando Jesus tomou 0 vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

A entrega total, consciente e profética de Jesus em cumprimento exato das Escrituras. Nada foi por acaso. Cada detalhe — desde o vinagre oferecido até a palavra final — revela que Cristo estava no controle até o fim, obediente ao Pai, com os olhos fixos na nossa redenção.

“Tenho sede”

Expressa a dor humana de Jesus, Sua humilhação, e também aponta para o clamor espiritual contido nos Salmos. Ele experimentou sede física, mas também a sede profunda da comunhão com o Pai, temporariamente interrompida por causa do peso do pecado que Ele carregava.

O vinagre

Não era um alívio, mas mais uma humilhação. Ainda assim, Jesus o aceita agora porque já havia cumprido tudo conscientemente. Ele rejeitou qualquer anestésico antes, pois quis sofrer com plena lucidez — cada dor, cada gota de sangue, por amor.

“Tetelestai” — Está consumado

Essa palavra final ecoa como o brado da vitória. Significa:

A missão foi cumprida.

A dívida do pecado foi completamente paga.

O plano de redenção foi plenamente realizado.

As profecias foram totalmente cumpridas.

A morte de Jesus na cruz não foi uma tragédia, mas a consumação perfeita do plano divino. Ele entregou a vida — não foi tirada. Cada momento da crucificação revelou Sua soberania, amor e obediência ao Pai.

A entrega total, consciente e profética de Jesus cumpriu exatamente as Escrituras. Nada foi por acaso. Desde o vinagre oferecido até a palavra final, Cristo estava no controle até o fim — com os olhos fixos na nossa redenção.

Diante disso, nossa resposta deve ser: arrependimento, fé, gratidão e entrega total. Ele morreu por nós — vivamos, então, para Ele.

3. ELE MORREU POR NÓS, A CRUZ QUE MUDA VIDAS.

João 20.6 - Chegou,  pois,  Simão Pedro,  que o seguia,  e entrou  no sepulcro,  e viu  no chão os lençóis João 20.7 - e que o lençol que tinha estado sobre a sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte. João 20.8 - Então, entrou também 0 outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. João 20.9 - Porque ainda não sabiam a Escritura, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos. João 20.10 - Tornaram, pois, os discípulos para casa.

O túmulo vazio: um exame dos lençóis

O texto fornece e oferece um relato fascinante e detalhado do estado dos lençóis funerários no túmulo de Jesus. Ele enfatiza várias observações-chave que, de acordo com a narrativa, sugerem fortemente uma partida única e milagrosa, em vez de um roubo ou remoção apressada do corpo.

Principais observações e suas interpretações:

Lençóis "deixados para trás como se Jesus tivesse passado por eles": Essas imagens são cruciais. Não descreve uma cena caótica, mas sim um arranjo ordenado e imperturbável. A ideia de que Jesus "passou" pelos lençóis implica uma saída não física, talvez espiritual, deixando os envoltórios intactos, mas vazios.

Cobertura da cabeça enrolada separadamente: O detalhe de que o pano sobre a cabeça de Jesus foi encontrado cuidadosamente enrolado e separado dos lençóis do corpo é altamente significativo. Se alguém tivesse roubado o corpo, é altamente improvável que tivesse tido tempo para desembrulhar a cobertura da cabeça, enrolá-la e colocá-la ordenadamente de lado. Este ato sugere intenção e ordem.

Implicação para um ladrão de túmulos: O texto argumenta explicitamente contra o cenário de um ladrão de túmulos. O objetivo principal de um ladrão seria remover o corpo de forma rápida e eficiente, não desembrulhar e arrumar meticulosamente os panos funerários. Deixar os lençóis valiosos para trás, especialmente de maneira tão ordenada, também seria contra-intuitivo para alguém que pretende roubar.

"Limpeza e ordem" indicando que não há remoção precipitada: A impressão geral transmitida é de paz e ordem, não de uma perturbação apressada ou violenta. Essa "limpeza e ordem" contradiz diretamente a ideia de uma remoção apressada, seja por ladrões ou outros.

 

A passagem conclui afirmando que a evidência aponta para Jesus ter "ressuscitado e deixado os lençóis ali, vazios". A descrição meticulosa dos panos funerários intactos, mas vazios, é apresentada como um forte testemunho de uma ressurreição milagrosa, em vez de um mero desaparecimento ou roubo do corpo. O arranjo específico dos lençóis, particularmente a cobertura da cabeça, é destacado como um detalhe que desafia a explicação lógica além de um evento sobrenatural.

reação de João ao ver o sepulcro vazio. Ela enfatiza como o ato de "ver e crer" foi fundamental para ele como testemunha ocular da ressurreição de Jesus.

A Experiência de João: Ver para Crer

Ao encontrar o sepulcro vazio e os lençóis intocados, João instantaneamente creu que Jesus havia ressuscitado dos mortos. Essa experiência direta foi essencial para validar seu testemunho como apóstolo. Para João, a evidência visual dos lençóis vazios, conforme descrito no texto anterior, foi o catalisador para sua fé imediata na ressurreição.

Fé para Aqueles que Não Viram

O texto também faz uma distinção importante entre a experiência de João e a de outros crentes. A maioria das pessoas não teria a oportunidade de ver o sepulcro vazio por si mesma. Em vez disso, sua fé se basearia nos relatos e testemunhos daqueles que foram testemunhas oculares, como João. Isso sublinha a importância do papel dos apóstolos na disseminação da mensagem da ressurreição.

O Entendimento da Escritura

É interessante notar que, mesmo após crer na ressurreição, João e os outros discípulos ainda não compreendiam plenamente as Escrituras que profetizavam a ressurreição de Jesus. Isso sugere que a compreensão teológica e a fé na ressurreição podem vir de diferentes caminhos — a experiência direta para alguns e a confiança no testemunho e na palavra para outros. O conhecimento da Escritura, que afirmava a necessidade da ressurreição de Jesus, viria posteriormente, aprofundando o entendimento daquele evento transformador.

Fica claro que, embora tivessem presenciado algo extraordinário, a compreensão plena do evento ainda não havia chegado.

A Perplexidade Diante do Milagre

João e Pedro saíram do sepulcro "perplexos" e foram para casa. Embora a perplexidade geralmente denote confusão, neste contexto, ela está ligada a uma crença em algo milagroso. Ao contrário de Maria Madalena, que inicialmente temeu que o corpo de Jesus tivesse sido roubado, João e Pedro não parecem ter essa preocupação. A ausência de medo de roubo, somada à evidência dos lençóis vazios e arrumados, os levou a uma certeza de que algo sobrenatural havia acontecido.

Incerteza e a Reunião com os Discípulos

No entanto, essa crença inicial no milagroso não se traduziu imediatamente em um plano de ação ou em uma compreensão clara do que havia ocorrido. O texto afirma que eles "não sabiam exatamente em que acreditar ou o que fazer a seguir". Essa incerteza é um ponto importante, mostrando que a fé na ressurreição, para eles, foi um processo gradual de entendimento.

Diante dessa falta de clareza, a reação imediata foi simplesmente "ir para casa". No entanto, essa não foi a última etapa. Mais tarde, eles se reuniram com os demais discípulos "a portas fechadas". Essa reunião, provavelmente motivada pela necessidade de discutir o que haviam presenciado e buscar algum tipo de explicação ou segurança, marca um passo importante na consolidação da comunidade de fé após os eventos da Páscoa.

Este detalhe nos lembra que a fé, mesmo diante de evidências milagrosas, muitas vezes coexiste com a perplexidade e a busca por um entendimento mais profundo.

Pastor Guilhermel 

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